Metamorfose Ambulante

 Venho falar hoje sobre como o ser humano é mutável, principalmente os do sexo feminino. Não, não estou falando de mudanças passageiras, como uma alteração de humor, nem de coisas demoradas ou definitivas como o amadurecimento pelo qual parte até considerável das pessoas passam. Não. Me refiro a mudanças de "média duração", aquelas que nós sofremos com o passar de espaços relativamente curtos de tempo, coisa para semanas ou decorrer de meses, aquelas transformações que as circunstâncias da vida nos trazem, coisas de momentos, moldagens que sofremos com o tempo, que embora eu tenha dito acima que não são definitivas, vez ou outra decidem que vieram para ficar. De uns tempos para cá venho sentindo que estou diferente de antes, mas ao mesmo tempo ainda sou a mesma pessoa. Contraditório? Talvez. Mas o que eu quero mesmo dizer é que estou passando por certas mudanças que não são assim tão radicais mesmo que ao final de tudo, resultem em modos de agir, ver e sentir diferentes dos convencionais ou esperados da versão anterior de Lara Tôrres de Almeida. Sinto que aos poucos me torno diferente, sinto que por vezes não tem volta, sinto que as vezes passa. Sinto. Vejo. Percebo mais coisas, pessoas, fatos. Observo melhor e com mais atenção o que e quem me rodeia, e isto por si só já é uma mutação levemente drástica, visto que antes eu era a mais distraída de todas as criaturas do universo, eu mudei muito mas isso não altera tanto a concepção de quem sou eu que outras pessoas têm, já que esta revolução é interna. Também posso notar que torno a ser uma pessoa que há muito deixei para trás, quando me pego agindo de certas maneiras, sentindo certas coisas, tendo certas ideias e ideais antigos que por vezes resolvem ressuscitar , sair das masmorras, brotar do fundo de meu ser onde estavam escondidos, onde existiam e não tinham sua presença notada por não causarem nenhum dano, como vírus inativos que em dado momento voltam entram em ação. Reflito sobre as causas de tais transformações, e chego então à dúvida entre duas possíveis conclusões. A primeira é : Minha personalidade está em processo de formação, minhas opiniões, características, percepções, posicionamentos, questionamentos, ações, enfim tudo que me forma não fisicamente mas como ser pensante, racional, sensível, emotivo... HUMANO  ainda estão brigando para ver o que vai ter mais destaque, quais serão os fatores da soma que resulta neste ser complexo, sem muita coerência que aqui vos fala. É guerra civil de traços de personalidade.  A segunda teoria é a de que a guerra que está sendo travada dentro do mais íntimo do meu eu é eterna. Isto mesmo que você leu, também acho que todas estas inquietações, este muda muda constante, esta bagunça de emoções, características, ideias, colocações, posicionamentos, opiniões, sentimentos, afetos, desafetos, frigidez, carência, este mix de HUMANIDADE nunca terminará e eu sempre ficarei assim, mudando, me aperfeiçoando, regredindo e evoluindo, amadurecendo, infantilizando-me e crescendo. Sempre no propósito de chegar um dia à inexistente perfeição. Por mudar tentando alcançar o inalcançável, é que as mudanças podem nunca parar de ocorrer, levando-me a, no meu último momento de vida terrena, a ser o melhor que eu puder ser, o mais próximo do inexistente humano perfeito que eu puder na minha trajetória de vida. Penso eu que este tipo de fato ocorra com todo ser humano, mas que se destaca mais nas mulheres, que na minha opinião, em sua maioria têm mais elevada sensibilidade desde o momento inicial de suas vidas, e por este motivo passam com mais intensidade por momentos assim. Digam-me vocês meninas, se passam por algo assim, ou se estou errada em minhas duas teorias por ser uma anormalzinha, anomalia, aberração da natureza =p  




Beijinhos ;*    Lara Tôrres

Esta minha foto é bem antiga, mas gosto dela e acho que combina bem com este post, retrata o traço da observação e da reflexão sobre mim e sobre os outros, abordado no texto acima.