Pensando na vida eu concluí uma coisa uns tempos atrás durante uma reflexão sobre o que quero pra mim, coisa muito frequente na vida de uma estudante de terceiro ano que tem míseros 365 dias para uma decisão que pode mudar o resto da sua vida. Num destes momentos eu já cheguei a descobrir não o quero para mim, mas o oposto disto. A última coisa que quero é que a música EPITÁFIO da banda TITÃS torne-se a trilha sonora da minha estadia na terra. Descobri que tenho um medo desgraçado de terminar minha juventude ou toda a vida e concluir que não fiz o que queria por motivos mais banais que minha satisfação pessoal, que não aproveitei o suficiente o tempo que tenho na Terra. E olhe que não sei se ele será longo ou só um pequeno piscar de olhos. O intervalo entre nascimento e morte é algo tão precioso que ninguém deve desperdiçar em hipótese alguma. Embora não passe de uma jovenzinha de 16 anos, pela experiência de conhecidos mais velhos que eu e pelas desgraças que vejo das janelas de minha casa e no monitorzinho de meu notebook, sei que a vida não é fácil para a maioria da população mundial. Ela tem seus problemas, obstáculos à nossa felicidade, responsabilidades crescentes, necessidades e obrigações, sem falar no que precisamos fazer para sobreviver, que no caso de algumas pessoas, é muito mais do que outras poderiam suportar. Muitas vezes os estudos, o trabalho, obrigações, outras pessoas, fofocas, cobranças, aperreios, falta de tempo para ver o que a vida tem de melhor a oferecer a cada um (a natureza, os pequenos momentos com quem nos quer bem, com quem nós queremos bem) tira a plena felicidade de muita gente mundo a fora.
As palavras da bela, sábia e amedrontadora música a que me referi no início deste texto fazem referência a coisas que deveriam ter ou não sido feitas, contadas sob a ótica de uma pessoa que passou por toda a sua vida e conta seus arrependimentos por ter trabalhado demais, dado muita atenção a problemas pequenos, não ter admirado bem a exuberância e beleza da natureza cada vez mais reduzida , de não ter vivido grandes emoções, sentido grandes amores e paixões avassaladoras, de não ter feito o que queria, de não ter posto para fora as frustrações e dores em forma de choro, não ter aceitado a vida e as pessoas da maneira que elas são. Ao mesmo tempo em que a letra nos diz que devemos viver com mais intensidade, há um trecho que diz "A cada um cabe a alegria e a tristeza que vier" lembrando que mesmo devendo aproveitar ao máximo se fizermos uma ou outra coisa indevida seremos nós e mais ninguém que arcaremos com a tristeza e as consequências. Temos que curtir demais, porém com cautela e responsabilidade. Isto pode nos prender entre a cruz e a espada se nossas vontades forem loucas e um tanto inconsequentes. Outro pedacinho da música nos diz que somente nós sabemos o que nos aconteceu de bom e ruim ao longo da vida, o que temos em nossa bagagem emocional, "cada um sabe a alegria e a dor que traz no coração". Nós sabemos o que fazemos e sabemos de nossas razões para nossos atos (pelo menos deveríamos) de uma maneira que faz com que os outros não tenham muita razão em meter o nariz nas nossas vidas por estarem de fora, mas ao mesmo tempo abrir o coração para alguém pode ser reconfortante ou catastrófico. Como saber o que fazer? O eu - lírico da música (música é poesia meu bem!) se mostra triste e até decepcionado por não ter vivido da melhor maneira que podia e não ter mais a chance de ter tudo o que perdeu. Aí me pego em um dilema: que posso eu fazer para ser feliz e não abrir mão das melhores coisas e ainda assim não ser irresponsável com meu futuro, não descumprir com meus compromissos e honrar minhas obrigações, estudar, mas também me divertir, trabalhar para viver e não o inverso, ser forte e ainda assim não me tornar fria ou insensível ao mesmo tempo eu que vivo e saboreio ao máximo cada momento, cada situação, cada acontecimento e cada emoção, de toda a vida nos mínimos detalhes? COMO PELO AMOR DE DEUS EU POSSO NO FUTURO OLHAR PARA TRÁS, RECORDAR MEU PASSADO E DIZER SEM MENTIR QUE REALMENTE VALEU A PENA TUDO O QUE FIZ, TUDO QUE VIVI, AS COISAS BOAS E RUINS PELAS QUAIS EU PASSEI? COMO FAZER QUE CADA ERRO E CADA ACERTO NO FINAL CONTRIBUAM PARA QUE EU SEJA ALGUÉM CADA VEZ MELHOR E TAMBÉM PLENAMENTE FELIZ, UMA MULHER, AMIGA, FUTURAMENTE MÃE E PROFISSIONAL REALIZADA SEM PERDER O MELHOR QUE MINHA TRAJETÓRIA DE VIDA PODE ME OFERECER? COMO GOZAR A VIDA SEM ME PREJUDICAR? Sinceramente eu não sei e esse desconhecimento me apavora demais. Se alguém souber pelo menos como não enlouquecer pensando nisso, por favor, diga !!!
Beijinhos ;* Lara Tôrres
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