Parando para refletir um pouco sobre isto, podemos concluir que embora hoje não nos vejamos no meio deste forte conflito entre o mundano e o transcendental, pecado e salvação, divino e profano, nós estamos quase sempre mergulhados em dilemas até os dias de hoje, e presumo eu que por toda a eternidade assim será. A contradição e a dúvida são sempre parte integrante da vida humana, tão cheia de opções, escolhas e caminhos a serem seguidos... são tantas bifurcações que nós por muitas vezes nos vemos perdidos e indecisos, suprimidos entre cansaço e dever, certo e errado, desejo e capacidade de saciá-lo sem culpa, cômodo e necessário...
Aí está, este último exemplo que dei é talvez o maior dilema que cerca o mundo das mulheres e também de homens inseridos em relacionamentos amorosos. Há ou não chance de salvar a relação ? Ainda é como antes? Somos os mesmos? O que sobrou é o suficiente? E quando a resposta dessas perguntas é "não" surgem questões como : "Já me habituei a esta pessoa, nada está bem mas será que dá para levar do jeito que está, mesmo frio, mesmo com tudo mudado, tão diferente e com todos os nossos problemas? Será que eu aguento o fim? Será que tenho coragem? Como o outro ficará? Ficarei só no mundo? Vou amar mais alguém? Não seria mais fácil manter esta pessoa ao meu lado mesmo da maneira que é, do que lidar com a mudança de vida que acarretaria desfazer este laço? Não é melhor evitar a dor de se separar? ". Questão delicadíssima, que causa sofrimento a muitas pessoas pelo mundo a fora, e sim isto é uma tortura. Digo com a experiência para apoiar minhas palavras neste momento.
Esta divisão toda entre ficar e ir embora, tentar e largar, insistir e desistir é sem dúvida um dos mais comuns dilemas dos enamorados, seguida da contradição entre perdoar ou não casos de infidelidade. Problema danado é a tal da traição, com tantas definições que tem! Cada pessoa no mundo dando a sua, e nunca uma é igual a outra. Penso que traição se evita confiando e refletindo sempre muito bem sobre o que se passa em sua vida amorosa, tomando o cuidado de ver se aquela pessoa realmente atende a todas as suas necessidades sem te dar dores de cabeça ou necessidade de procurar quem as alivie. Vez ou outra me pego em meio a problemas assim, neste tipo de reflexão, atolada em dilemas, e noto que não acontece apenas comigo, mas com muitas pessoas, mais comum com mulheres, me levando a crer que você, sua, melhor amiga, sua colega de colégio faculdade ou trabalho, sua mãe, sua irmã, sua prima de milésimo grau, a manicure do seu salão, a mocinha da faxina, todas nós somos, nossa feminilidade é, eu sou barroca.
Lara Tôrres.
DEDICAREI ESTE TEXTO A MINHA PROFESSORA DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA Andréa Galvão ,QUE ME AJUDA A REFLETIR SOBRE A VIDA, E A MINHA PROFESSORA DE HISTÓRIA E LITERATURA, Kariny Mirtes Freitas, QUE TAMBÉM DEU BASE PARA QUE EU PUDESSE PASSAR MINHAS IDEIAS DESSA MANEIRA, EXEMPLIFICANDO A PARTIR DE UM ESTILO LITERÁRIO.
"Que caminho eu devo tomar?" |